quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Da minha velha infância!!!



(Ontem em viagem de comboio entre Azambuja e Sintra recordei e disse ao meu pequeno bloco de notas o que me ia na alma,ele escutou-me e sem correção aqui está o que lhe confidenciei)

Trago comigo os sabores e os cheiros das cozinhas do Alentejo,as carnes curadas cozinhadas em grandes panelas de um peso inusitado colocadas estratégicamente ao redor de um lume que ardia numa enorme chaminé,das ervas aromáticas do forno a lenha de onde vinha  um explêndido aroma a pão quente acabado de cozer sorvendo o azeite derramado sobre ele,o sabor das tibornas que comia sentada ao lume trago  muito do Alentejo  dentro de mim talvez um Alentejo que só existe no meu imaginário,mas é  o Alentejo da minha meninice aquele de que tenho saudades,aquele que podia ter sido e não foi,o Alentejo do mistério que ficará para sempre por desvendar.
Diria que é o meu Alentejo''meu''por ser fruto da minha imaginação(não por exacerbado bairrismo)...recordo ainda as paredes caiadas e a frescura que delas emanava,os cantes dos ranchos de gente trabalhadora cantando modas ao desafio escutadas  ao longe ora nos dourados  trigais ceifando as espigas  ora nos gélidos olivais apanhando a azeitona,sorvendo água do cocho refrescada em cantaros de barro ou chegando-se ao lume feito no chão para aquecer um pouco as pontas dos dedos que no contacto com a terra gelada cuidavam de congelar,o cantar dos passarinhos ou até o incitamento do homem à parelha que trabalhava a terra.O voo da águia sempre me encantou,julgo ser desde então que a invejo na sua altivez e possibilidade de se assenhoriar de todo o céu azul que por estas terras de sonho tem um azul muito mais acentuado.Trago ainda bem presente as cores e o monte da minha infância,aquele que 1º ficou marcado na minha memória e ainda hoje tantos objectivos depois continua bem vivo em mim,o Alentejo e a sua imensidão é o que mais me alargou os horizontes me fez este ser que não se contenta com olhares curtos e estreitos.
(EU)
01-09-2011

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